O Maracatu é um símbolo de resistência cultural e identidade afro-brasileira, preservando tradições e memórias ancestrais, é uma das manifestações culturais mais populares e tradicionais do estado de Pernambuco, e envolve ritmo musical, dança e vestimentas. Sua importância vai além do entretenimento, sendo uma celebração da história e da força do povo negro no Brasil, além de enriquecer o patrimônio cultural nacional. Reconhecido como Patrimônio Imaterial pelo IPHAN, o Maracatu é uma expressão viva da diversidade e da riqueza cultural brasileira.
No dia 12 de novembro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto de lei nº 7133/2017, que cria o Dia Nacional do Maracatu, a ser comemorado anualmente em 1º de agosto.
Maracatu em Seropédica
Fundado em 2013, na cidade de Seropédica, o Grupo de Estudos de Ritmos e Batuques Baque da Seda busca estudar, difundir e praticar manifestações artístico-culturais de origem afro-indígena presentes na cultura popular brasileira. Tendo como carro-chefe o Maracatu de Baque Virado, o grupo realiza, desde 2018, um projeto de oficinas de percussão e dança para novos integrantes, oferecido gratuitamente à população da cidade. Com o intuito de promover a formação percussiva da comunidade de Seropédica, adentra-se o estudo de fundamentos e elementos diversos (percussivos, coreográficos, estéticos, performáticos), oportunizando espaços de formação musical e humanitária, permeando temas como cultura antirracista e o respeito à diversidade. Valorizando o processo de formação dos sujeitos, o Baque da Seda já recebeu, ao longo dos anos, diversos Mestres e Contra-Mestres do Maracatu Nação para a realização de oficinas na cidade de Seropédica.
Além das oficinas, há também o Maracatu Nação, que manifesta-se como um cortejo performático que remonta, em suas possíveis origens, à coroação dos reis e rainha do Congo, no século XVII, percorrendo, ao longo dos anos, uma história de desafios, lutas e resistência pela cultura e identidade de um Brasil negro. Em sua expressão, encontramos a tríade essencial que permeia as culturas afro diaspóricas: o cantar, o tocar e o dançar.
Ao longo de sua trajetória, o Baque da Seda vem buscando, cada vez mais, aproximar-se da comunidade local. Assim, o projeto que se iniciou apenas com estudantes da Universidade Federal Rural, hoje conta, em sua maioria, com moradores da cidade.
“Esperamos que, com a produção desse curta metragem possamos, além de preservar a memória de um trabalho que se propõe a vivenciar uma tradição que resiste há mais de 3 séculos, trazer mais e mais adeptos a somar conosco ao ocupar as ruas da cidade celebrando uma cultura ancestral.” – diz Mariana Martins, Produtora do Documentário.
Documentário “Baque da Seda”: 10 Anos de História”
O documentário “Baque da Seda: 10 anos de História”, é um curta-metragem que contempla a memória das atividades realizadas pelo Grupo de Estudos de Ritmos e Batuques Baque da Seda. Através de registros de atividades do acervo do grupo, registros pessoais, captação de vídeos das vivências com mestres, oficinas, ensaios, entrevistas com fundadores, ex-integrantes, integrantes do grupo e de mestres e batuqueiros das Nações do Maracatu de Recife (Pe), o projeto resgata a história e a importância do trabalho do grupo em Seropédica, valorizando e difundindo conhecimentos acerca da cultura do maracatu de baque virado.
“Esses mestres e batuqueiros são nossos principais referenciais para manutenção das atividades do grupo, bem como dos conhecimentos acerca do maracatu de baque virado.” – afirma Mariana Martins.
A realização deste documentário só foi possível graças aos recursos da Lei Paulo Gustavo através de edital lançado pela Secretaria de Turismo e Cultura do município de Seropédica.
O documentário será lançado oficialmente no dia 7 de dezembro de 2024 no Canal do Baque da Seda no YouTube e você pode conferir através do link:
www.youtube.com/@baquedaseda
Ficha Técnica
Produção: Mariana Martins
Captação de imagens e som direto: Mariana Martins e Túlio Vieira
Imagens de Arquivo: Baque da Seda
Montagem/Edição, Legendagem e audiodescrição: Renata Andrade (Escambo Arte)
Assessoria de Imprensa: Xan Braz (Laboratório Produções Artísticas)
Designer Gráfico: Túlio Vieira
Intérprete de Libras: Cíntia Machado dos Anjos
Entrevistados: Tammy Ben, Leandro Ritter, Thiago Nagô, Rumenig Dantas, Alex (MNEBR), Lucas de Abreu, Jacqueline Rio Branco, Rafaele Gonçalves, Kevin Rosa, Dandara Rossi, Mariana Martins