O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), confirmou presença em Barra Mansa na sexta-feira da próxima semana, dia 29, onde participará do ato de filiação do empresário Leo Santos ao PSD e da posse do diretório municipal do partido. O evento está marcado para as 19h, no Ilha Clube, no bairro Ano Bom, e contará com lideranças locais, regionais e estaduais, sob coordenação do presidente estadual da legenda, o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ).
A ida de Paes ao Sul Fluminense se soma a uma série de agendas políticas que o prefeito carioca tem realizado em 2025 pelo interior e pela Baixada Fluminense, movimentos que reforçam os sinais de que ele prepara terreno para disputar o governo do estado em 2026. Embora negue publicamente a candidatura, aliados e analistas políticos avaliam como inevitável sua entrada na corrida pelo Palácio Guanabara.
Interior e Baixada como prioridade
Nos últimos meses, Eduardo Paes tem ampliado contatos em municípios estratégicos. Em julho, esteve em Volta Redonda, onde se reuniu com o prefeito Antonio Francisco Neto (PP) e participou de um evento evangélico promovido pela Assembleia de Deus. Em Duque de Caxias, visitou o projeto Fazenda Paraíso, dedicado ao tratamento de dependentes químicos, ao lado do ex-prefeito da cidade e ex-secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB). Também recebeu no Rio o prefeito de Itaguaí, Rubens Vieira, o Dr. Rubão (Podemos), para tratar da transformação da antiga Cidade das Crianças em polo turístico.
Essas agendas reforçam uma estratégia clara: ganhar musculatura política fora da capital, onde Paes já possui forte apoio, mas precisa ampliar sua base eleitoral. O Sul Fluminense, a Baixada e o Norte do estado são considerados cruciais para o desempenho de qualquer candidatura ao governo.
Conversas e alianças
Nos bastidores, Paes articula alianças com partidos como PT, PP e PSB. Alguns nomes já foram apontados para integrar sua chapa, como o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PP), o ex-prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (PP), o ex-deputado Alessandro Molon (PSB) e Washington Reis (MDB). A preferência, segundo dirigentes do PSD, é por um vice de centro-direita, capaz de atrair o eleitorado conservador do interior fluminense.
A reaproximação com os Garotinho, adversários históricos, também sinaliza um movimento pragmático. Paes se reuniu recentemente com Wladimir, dias depois de cobrar do presidente Lula mudanças em um projeto ferroviário para Campos, em gesto visto como tentativa de atrair apoio no Norte Fluminense e, ao mesmo tempo, enfraquecer a base do governador Cláudio Castro (PL).
Pesquisas e negações
Enquanto nega a candidatura em público, chegando a brincar sobre o tema em eventos, Paes aparece como líder nas pesquisas de intenção de voto. Levantamento recente do Instituto Prefab Futurdo mostrou vantagem expressiva do prefeito carioca sobre outros possíveis concorrentes em 2026. Ele lidera com 35,5% das intenções de voto.
Para aliados próximos, a postura cautelosa faz parte da estratégia: manter-se ativo como prefeito, reforçar a imagem de gestor, mas ao mesmo tempo construir discretamente uma rede de alianças capaz de sustentar a disputa estadual.
Barra Mansa como vitrine
A filiação de Leo Santos ao PSD em Barra Mansa também ganha peso nesse tabuleiro. O novo dirigente local prometeu fortalecer o partido no município, com a criação de núcleos como PSD Jovem e PSD Mulher, além da abertura de uma sede própria. A meta, segundo ele, é inserir Barra Mansa e o Sul Fluminense no cenário político estadual.
Leo Santos deve presidir o diretório municipal do partido. Ele chegou a ser cotado para concorrer a deputado estadual pelo PSD, mas decidiu abrir mão da disputa para apoiar a candidatura do ex-deputado estadual Marcelo Cabeleireiro (DC), que pretende voltar à Assembleia Legislativa (Alerj) em 2026. Cabeleireiro recentemente passou a integrar a equipe da RioLuz, empresa municipal de iluminação pública da Prefeitura do Rio, ao consolidar seu apoio a Eduardo Paes.
Fonte: Agenda do Poder